Digitalização: vamos falar de números

Adriano Croco
4 min readJul 19, 2021

Olá!

No texto de hoje gostaria de trazer fatos e dados para embasar o argumento da necessidade de digitalização de muitas indústrias.

Com um detalhe: a digitalização é necessária mesmo desconsiderando a pandemia de Covid-19.

Vamos começar com uma previsão histórica que se concretizou. Em 2011, Marc Andreensen (investidor de risco que investiu no LinkedIn, Facebook, Skype e Twitter, só para citar algumas empresas) escreveu esse artigo aqui, entitulado "Why software is eating the world", no qual ele argumenta que o futuro das empresas seriam se tornar uma empresa de software de alguma forma e quem ficasse de fora da onda de digitalização, sofreriam disrupção pelas que se digitalizassem, ao ponto dele finalizar o artigo com a seguinte sentença:

Instead of constantly questioning their valuations, let’s seek to understand how the new generation of technology companies are doing what they do, what the broader consequences are for businesses and the economy and what we can collectively do to expand the number of innovative new software companies created in the U.S. and around the world.

That’s the big opportunity. I know where I’m putting my money.

Já vemos pela frase em negrito que ele possui skin in the game. No mínimo, é algo a ser levado em consideração, certo? Geralmente é interesse observar para onde o Venture Capital está indo.

Dá um fast-forward para 2021. Em outros termos, literalmente estamos no futuro de 2011. Vamos dar uma olhada como que tá o estado de digitalização das empresas, com alguns dados:

fonte: 85+ digital transformation stats

Nas fontes mencionadas é possível encontrar dados sobre diversos segmentos de mercado diferentes para quem tiver curiosidade.

Mas, o meu ponto é mais simples que isso: os benefícios da transformação digital. Os executivos dizem que ela melhora o time to market, customer experience e eficiência operacional.

Qual profissional de tecnologia já não passou por um diálogo parecido com esse (isso quando há dialogo sobre isso, vale salientar):

— Fulano, precisamos escrever testes ou de alguns dias de spike para fazer uma solução melhor, pensando no longo prazo — Diz o profissional de Tecnologia.

— Não, vai demorar muito ambas as coisas, precisamos atender o time to market, vai demorar muito se fizermos isso. Segue assim mesmo — Responde alguma liderança de negócio.

Ou até mesmo esse:

— Pessoa de negócio, podemos refatorar a API de clientes? pois está com um tempo de resposta ruim devido a ter sido mal-feita, é rápido, vai levar uma sprint no máximo, vai melhorar a experiência do usuário com a melhora de performance.

— Isso não é prioridade agora, a prioridade é entregar a feature x do backlog.

Geralmente, a feature x não tá com o escopo definido e será refeita 3 vezes depois pois falta maturidade em agilidade no time. Caso ocorra o cálculo de ROI, no final, a feature não se pagou e saiu cara demais. Isso se não cair na lista de funcionalidades nunca utilizadas, pois o interesse do cliente não foi ouvido na concepção da mesma.

O que estou querendo dizer com esses exemplos?

Por questões de sobrevivência das empresas, algumas percepções sobre a tecnologia precisam mudar o mais rápido possível — senão a empresa vai quebrar.

Vamos a algumas falácias típicas da gestão da velha economia que precisam ser derrubadas:

Tecnologia é custo: Estudo da FGV mostra que cada 1% de aumento em investimentos em tecnologia, o lucro da empresa aumenta 7,7% em até dois anos.

Pressão por entregas rápidas: eu já escrevi sobre isso aqui e seus impactos na saúde dos profissionais aqui.

Não somos uma empresa de tecnologia: Nesse caso, acho que já tratei no no começo do texto. Mas tá aqui mais uma reflexão válida sobre isso caso você tenha interesse.

Não precisamos de agilidade ou Agilidade é só fazer rápido de qualquer jeito: Bom, práticas agéis implementadas corretamente reduzem o time to market em 40%, possuem 3x mais chances de serem bem sucedidos que projetos tradicionais e custa 3.6x menos para o mesmo conjunto de funcionalidades. Fonte? aqui.

Além de tudo isso que foi dito, você ainda pode estar pensando: estou trabalhando em um negócio caro de entrar, com muitas barreiras de entrada. Para tal, deixo essa imagem:

Custo de se lançar um produto digital desde 1995

Com apenas 5 mil dólares já é possível lançar um produto digital na nuvem. Para mais detalhes, já falei sobre a cloud ser uma divisora de águas nos negócios aqui.

Ou seja, no final, não há barreiras de entrada. Qualquer pessoa com um computador tem potencial para derrubar o negócio da sua empresa oferecendo uma solução mais enxuta para que o seu cliente precisa. Isso é um risco potencial que não deve ser ignorado.

E quais os principais pontos desse texto, afinal? São 3:

Primeiro: que o Marc Andreensen estava certo.

Segundo: se você é profissional de tecnologia, manda para alguém de negócio que você sabe que está atrapalhando a digitalização da sua empresa, vai que a pessoa percebe que está desatualizada?

Terceiro: se você é de negócio e ainda está apegado ao comando e controle e tratando o time de tecnologia como fornecedor ao invés de parceiro estratégico na condução dos seus projetos: saiba que suas práticas dão prejuízo, deixam o time de tecnologia doente e a empresa não cresce.

Portanto, só há dois caminhos possíveis para as empresas: go digital or die.

Até!

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